Para quem gosta de emoção, o empate em 2 a 2 entre Guarany de Bagé e Internacional foi um prato cheio. A partida teve reviravoltas, lances fortes e algumas boas jogadas, dignas de um típico Gauchão. O Alvirrubro bageense, bem organizado, soube se aproveitar do início de temporada do Inter para buscar o placar e até virar o jogo em determinado momento. Porém, como já era esperado, a estreia cobrou seu preço para as duas equipes.
Embora o Guarany tenha demonstrado organização e garra, meu foco aqui é, mais uma vez, criticar o sistema defensivo do Internacional, que segue deixando a desejar. É frustrante perceber que, mesmo com as lições deixadas pela derrota para a Seleção Mexicana, os mesmos erros voltaram a se repetir.
Aguirre, que começou pela esquerda, parecia cumprir bem seu papel. No entanto, ao ser deslocado para o lado direito, sua posição de origem, desandou completamente. Clayton, por sua vez, foi uma das peças que mais comprometeram. Ele não transmite segurança, além de obrigar Vitão a atuar com o pé trocado, o que claramente limita nosso zagueiro.
Já Pablo, uma jovem promessa do Celeiro de Ases, mostrou muita personalidade, mas ainda está cru para encarar jogadores experientes e acostumados às batalhas campais dos gramados gaúchos. Luís Otávio teve uma atuação aceitável, mas a entrada de Bruno Henrique mudou a cara do meio-campo. Foi visível como o setor ganhou mais equilíbrio com ele em campo.
Além disso, a questão física é outro ponto que precisa ser destacado. Natural para o início de temporada, é verdade, mas a lentidão na reação dos atletas e a "musculatura dura" ficaram evidentes. Esses fatores dificultam tanto a construção de jogadas quanto a recomposição defensiva, o que fica ainda mais preocupante diante de um departamento médico lotado.
Apesar de tudo, o ataque conseguiu criar chances. Alan Patrick foi, mais uma vez, a peça-chave na armação, enquanto Wesley e Wanderson buscaram o jogo pelas pontas. Ainda assim, no final da partida, vimos um time com muita vontade, mas pouquíssima objetividade.
A pergunta que fica é: já é hora de entrar em desespero? A temporada mal começou, mas a ausência de peças importantes e a repetição de falhas fundamentais exigem respostas rápidas. Não dá para continuar justificando os tropeços apenas pelo início dos trabalhos. É preciso mais, e o torcedor colorado espera que Roger Machado e sua equipe técnica tomem as decisões necessárias para corrigir o rumo antes que seja tarde demais.
Agora, a atenção se volta para o próximo jogo contra o Juventude, no Beira-Rio. Será mais uma oportunidade de ver se as lições foram aprendidas ou se os mesmos erros vão se repetir. O Gauchão está apenas começando, mas os problemas já estão claros. Que tal resolvê-los?
Robert Abel