Entenda as diferenças, vantagens e desvantagens dos principais tipos de gramados utilizados no futebol, os clubes que os adotam e seus impactos no desempenho e na saúde dos atletas.
A escolha do tipo de gramado nos estádios de futebol tem influência direta no desempenho dos jogadores, na qualidade dos jogos e até mesmo na saúde dos atletas. Entre gramados naturais, híbridos e sintéticos, há um amplo debate sobre suas vantagens, desvantagens e aplicações ao redor do mundo. Vamos explorar essas opções e os clubes que as utilizam.
O gramado natural é o mais tradicional e ainda o mais utilizado no futebol. Sua qualidade é altamente influenciada por fatores climáticos, manutenção e intensidade de uso.
No Brasil, o gramado do Estádio Beira-Rio, em Porto Alegre, é considerado o melhor do país. O Internacional mantém uma equipe dedicada à sua manutenção, utilizando tecnologias avançadas de irrigação, iluminação artificial e cuidados específicos para preservar a grama em condições impecáveis, mesmo durante períodos de uso intenso. Esse cuidado contribui para um desempenho de alto nível, proporcionando uma superfície ideal para os atletas.
Vantagens do gramado natural:
Desvantagens:
O gramado sintético vem ganhando espaço devido à sua durabilidade e facilidade de manutenção. Ele é composto de fibras artificiais que simulam a grama natural, mas com maior resistência ao desgaste.
Clubes no Brasil que utilizam gramado sintético:
Clubes internacionais com gramado sintético:
Vantagens do gramado sintético:
Desvantagens:
Os gramados híbridos, ou mistos, combinam grama natural com fibras sintéticas, oferecendo uma solução que une a autenticidade do gramado natural à durabilidade do sintético. Cerca de 10% da composição desses gramados é sintética, reforçando a base natural.
Clubes no Brasil que utilizam gramado híbrido:
Clubes internacionais com gramado híbrido:
Vantagens do gramado híbrido:
Desvantagens:
Um ponto importante na escolha do tipo de gramado é o impacto na saúde dos jogadores. Discute-se que gramados sintéticos aumentam o risco de lesões por impacto, como torções e dores musculares, enquanto os gramados naturais oferecem maior absorção de impactos. Os híbridos, por sua vez, buscam minimizar esses problemas, combinando características positivas de ambos.
Entretanto estudos sobre a relação entre o tipo de gramado e a incidência de lesões apresentam resultados variados:
Pesquisa na Major League Soccer (MLS) registrou índices semelhantes de lesões entre gramados artificiais e naturais, com maior incidência de lesões no tornozelo em gramados artificiais.
Outro estudo apontou que atletas amadores tinham 58% mais chances de sofrer lesões em grama artificial, especialmente nos tornozelos, joelhos e músculos posteriores das coxas.
Apesar dessas pesquisas, não há consenso definitivo sobre a relação entre gramados sintéticos e aumento de lesões.
A FIFA permite o uso de gramados naturais, sintéticos e híbridos, desde que atendam aos critérios de qualidade e segurança estabelecidos no programa "FIFA Quality Pro". Em torneios oficiais, como a Copa do Mundo, a preferência é pelos gramados naturais ou híbridos de alta qualidade.
Debate Atual e Perspectivas Futuras
Em 2024, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e clubes da Série A discutiram a possibilidade de vetar o uso de gramados sintéticos no Brasileirão a partir de 2025, considerando argumentos sobre desempenho esportivo e saúde dos atletas.
A escolha entre gramados naturais, sintéticos ou híbridos deve levar em conta fatores como clima, frequência de uso, custo de manutenção e impacto na performance dos jogadores. No Brasil, o Beira-Rio é um exemplo de excelência no cuidado com gramados naturais, enquanto estádios como a Arena da Baixada e o Allianz Parque demonstram a funcionalidade dos sintéticos. Já no cenário internacional, os gramados híbridos têm conquistado espaço nos maiores palcos do futebol.
A decisão pelo tipo de gramado ideal é, antes de tudo, um investimento na qualidade do espetáculo e no bem-estar dos atletas.
Studio Mix Esportes