Começou nesta segunda-feira (16) o aguardado julgamento do Manchester City, acusado de violar 115 regras financeiras da Premier League entre 2009 e 2018. Considerada a “audiência esportiva do século” pela imprensa britânica, a expectativa é que o veredito final seja divulgado até o final da temporada 2024/25. O caso, que tramita desde fevereiro de 2023, envolve uma série de acusações que podem resultar em punições graves, como perda de pontos, rebaixamento ou, em um cenário extremo, a expulsão do clube da Premier League.
As acusações envolvem falhas em fornecer informações financeiras corretas, detalhamento de contratos de treinadores e jogadores, além de descumprimento das regras de sustentabilidade da liga e regulamentos da Uefa. O julgamento ocorre de maneira privada, conduzido por uma comissão independente composta por três membros nomeados por Murray Rosen, presidente do painel judicial da Premier League.
Entre 2009 e 2018, o Manchester City teria deixado de compartilhar "informações financeiras precisas que fornecessem uma visão verdadeira e justa da posição financeira do clube". Além disso, de 2009 a 2013, o clube teria omitido detalhes importantes sobre a remuneração de seus treinadores, incluindo o italiano Roberto Mancini, que comandou a equipe no período.
As infrações também incluem a não observância dos regulamentos de licenciamento da Uefa de 2013 a 2018 e a falta de cooperação com as investigações da Premier League desde dezembro de 2018 até o presente. Durante o período em questão, o City conquistou três títulos da Premier League, encerrando um jejum de 44 anos sem o título.
Na sexta-feira (13), o técnico do Manchester City, Pep Guardiola, expressou confiança na inocência do clube e comemorou o início do julgamento. "Estou ansioso pela decisão. Todos são inocentes até que se prove o contrário", afirmou Guardiola em coletiva de imprensa.
Mesmo sob a "sombra" dessas acusações, o Manchester City segue em busca do quinto título consecutivo da Premier League. No entanto, caso o clube seja considerado culpado, poderá enfrentar penalidades severas, como perda de pontos, rebaixamento ou até mesmo exclusão da liga, embora essa última possibilidade seja vista como pouco provável.
Se o Manchester City for considerado culpado em algumas ou todas as acusações, o clube poderá enfrentar consequências graves. Dentre as penalidades, estão a dedução de pontos na Premier League, o rebaixamento para divisões inferiores, ou até mesmo uma expulsão da liga, ainda que essa última medida seja considerada extrema. Na temporada passada, o Everton e o Nottingham Forest sofreram deduções de pontos por violações das regras de lucro e sustentabilidade da liga.
Essa não é a primeira vez que o Manchester City se vê envolvido em disputas jurídicas relacionadas às suas finanças. Em 2020, o clube foi proibido de participar de competições internacionais por dois anos pela Uefa, após ser acusado de inflar receitas de patrocínio entre 2012 e 2016. No entanto, o clube conseguiu reverter a decisão junto ao Tribunal Arbitral do Esporte (TAS), permitindo que continuasse a competir nas competições europeias.
O atual julgamento, porém, promete ser mais complexo, com uma série de acusações abrangendo uma década de operações financeiras. Após a decisão da comissão, ambas as partes poderão recorrer, o que poderá prolongar o processo até junho de 2025.
Com o julgamento agora em andamento, o futuro do Manchester City permanece incerto. As acusações são graves e, se confirmadas, podem mudar drasticamente o cenário competitivo da Premier League. O clube, que nega todas as irregularidades, confia em sua defesa, enquanto o mundo do futebol aguarda ansiosamente o desfecho desse que já está sendo chamado de "o julgamento do século" no esporte.
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