Depois de conquistar uma vantagem importante em casa, ao vencer por 2x1, o Juventude parecia estar no caminho certo para alcançar a sonhada semifinal da Copa do Brasil. Jair Ventura, com a responsabilidade de segurar o resultado, decidiu apostar em uma mudança no meio-campo. O técnico sacou Nenê, meia de articulação, e optou por Luís Oyama, volante mais marcador. No papel, a decisão fazia sentido, pois o time precisaria segurar a pressão do Corinthians. Mas o futebol, como sempre, tem suas nuances.
Desde o apito inicial, ficou claro que o plano não estava funcionando. Mesmo com mais jogadores de marcação no meio, o Juventude não conseguia conter as investidas corintianas, especialmente pelos avanços de Garro e Talles Magno, que encontraram liberdade para criar jogadas. Aos 28 minutos, o gol do Corinthians saiu justamente pelo centro, onde o Ju deveria ser mais forte. Talles encontrou Romero, que finalizou com precisão para abrir o marcador.
O empate veio logo depois, em um lance de escanteio. Hugo Souza, goleiro corintiano, falhou ao tentar segurar a bola, e Zé Marcos aproveitou a falha para empatar, embora o lance tenha passado por revisão no VAR. Minutos antes, o próprio Zé Marcos já havia tido um gol anulado por falta em Fagner e no goleiro. O gol validado deu esperança ao Juventude e, naquele momento, a classificação parecia encaminhada.
No entanto, a postura excessivamente defensiva adotada no segundo tempo foi o grande erro de Jair Ventura. Ao invés de manter o controle do jogo e buscar um equilíbrio entre defesa e ataque, o técnico recuou a equipe. As substituições foram decisivas para o fracasso: Lucas Freitas entrou para reforçar a defesa, enquanto Edson Carioca substituiu Ronie Carrilo. Com essas alterações, o Juventude perdeu completamente o meio-campo, dando ainda mais espaço para o Corinthians.
O resultado foi previsível: o Corinthians passou a dominar as ações, criando perigo em finalizações de média distância. A ligação entre defesa e ataque do Juventude desapareceu, com três atacantes isolados na frente e apenas dois volantes tentando sustentar o meio-campo. A decisão de não utilizar jogadores como Nenê, Jean Carlos ou Mandaca, que poderiam dar mais solidez ao setor, foi inexplicável.
A máxima "futebol se ganha no meio-campo" se mostrou verdadeira mais uma vez. Aos 36 minutos, Garro, com liberdade, chutou de fora da área, Gabriel espalmou e Zé Marcos, ao tentar cortar, marcou contra. Com 2x1 no placar, a decisão iria para os pênaltis, mas, nos acréscimos, o Juventude repetiu erros anteriores. Aos 52 minutos, em uma cobrança de escanteio, André Ramalho teve total liberdade para cabecear e garantir o 3x1, eliminando o time gaúcho.
Jair Ventura, ao adotar uma postura excessivamente conservadora, comprometeu a classificação do Juventude. O time, que havia feito uma boa campanha até então, foi derrotado não só pelo talento do adversário, mas também pelas escolhas equivocadas do seu treinador. Agora, resta ao Juventude focar no Campeonato Brasileiro, onde o alerta está ligado: o time não vence há três rodadas e precisa reagir urgentemente. O próximo desafio é contra o Fluminense, no Alfredo Jaconi, e a equipe precisa reencontrar seu equilíbrio se quiser evitar mais decepções na temporada.
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