O dono do Botafogo, John Textor, foi novamente denunciado pela Procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) devido às suas manifestações sobre supostas manipulações de resultados no Campeonato Brasileiro. A nova denúncia enquadra o empresário em cinco violações ao artigo 243-F e uma ao artigo 221 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD). Caso condenado, Textor pode enfrentar uma suspensão de até 810 dias e o pagamento de uma multa que pode chegar a R$ 500 mil.

Em julho deste ano, a conclusão do inquérito nº 121/2024, conduzido pelo auditor Mauro Marcelo de Lima, havia sugerido uma punição ainda mais severa: seis anos de suspensão e multa de R$ 2 milhões. Segundo o relatório, as provas apresentadas por Textor, produzidas pela empresa Good Game, foram consideradas "imprestáveis" e as tecnologias utilizadas, descritas como "fantasias tecnológicas". O relatório destaca que os sistemas Match-Fix e Ref-Eval, que alegam detectar manipulações e erros de arbitragem com precisão extrema, não resistem a uma análise rigorosa.

As acusações de Textor, feitas em março e abril deste ano, implicavam que jogos do Campeonato Brasileiro, incluindo partidas envolvendo Palmeiras e São Paulo, estariam sendo manipulados. Essas alegações levaram à instauração de um inquérito pela Procuradoria Geral da Justiça Desportiva, em conjunto com o Palmeiras, São Paulo, o Sindicato dos Atletas Profissionais de São Paulo e a Associação Nacional dos Árbitros de Futebol.

A investigação concluiu que as ações de Textor configuram ilícitos desportivos contra a honra de sete entidades esportivas, nove atletas e nove árbitros. Os clubes citados incluem Palmeiras, Grêmio, Bahia, Flamengo, Atlético-MG, São Paulo e Fortaleza. Os jogadores mencionados no relatório da Good Game são Juninho Capixaba, Tinga, Marcelo Benevenuto, Fernando Miguel, Diego Costa, Rafinha, Gabriel Neves, Beraldo e Caio Paulista. Além disso, os árbitros Raphael Claus, Ramon Abatti Abel, Rodrigo José Pereira de Lima, Rafael Rodrigo Klein, Rafael Traci, Wagner do Nascimento Magalhães e Sávio Pereira Sampaio foram citados repetidamente.

Agora, com a nova denúncia, John Textor foi notificado para apresentar sua defesa e responder às 35 perguntas formuladas pelo Auditor Processante. As respostas e a defesa do empresário serão cruciais para determinar o desfecho deste caso, que já se desenha como um dos mais importantes e impactantes da história recente do futebol brasileiro.

A nova denúncia contra John Textor reforça a gravidade das acusações feitas pelo empresário, que podem resultar em uma das maiores punições já aplicadas pelo STJD. O caso destaca a importância de provas robustas e tecnicamente sustentáveis quando se trata de alegações que envolvem a honra e a integridade do esporte. Com o julgamento ainda em curso, o desfecho deste processo poderá ter implicações significativas para o próprio Botafogo e para a gestão da SAF no futebol brasileiro.