A Inglaterra, berço de tantas revoluções culturais, presenteou o mundo com duas criações que transcendem gerações: o futebol e o rock and roll. Cada qual com sua própria magia, esses universos aparentemente distantes estão intrinsecamente ligados pelo espírito rebelde, pela paixão avassaladora e pela capacidade de unir multidões. E agora, com a notícia do retorno da banda Oasis, é impossível não pensar na ligação quase mítica entre o futebol, que é mais do que um simples jogo, e o rock, que é mais do que uma mera sequência de acordes.
Oasis, liderado pelos irmãos Gallagher, surgiu em Manchester nos anos 90, em uma cidade que respirava futebol. O cenário local estava dividido entre o vermelho do Manchester United e o azul do Manchester City, e foi nesse ambiente que Noel e Liam Gallagher, torcedores fanáticos dos Citizens, criaram um som que ecoaria em estádios, pubs e nas casas de milhões de fãs ao redor do mundo. Assim como o futebol, a música do Oasis era feita para o povo. Era simples, direta, mas carregava uma força capaz de mover montanhas.
Se o futebol foi inventado pelos ingleses no século XIX como uma forma de expressar a competitividade e o espírito de equipe, o rock and roll surgiu para expressar a individualidade e o desejo de quebrar as normas. No entanto, ambos compartilham uma origem comum: a capacidade de reunir pessoas, de criar uma identidade coletiva e de transformar a realidade. Quando o Oasis canta "Don't Look Back in Anger", é como um time que se recusa a aceitar a derrota, que luta até o último minuto. E quando vemos um drible desconcertante no gramado, é como se estivéssemos ouvindo o solo de guitarra de "Live Forever", uma explosão de genialidade que deixa todos sem fôlego.
O retorno do Oasis ao cenário musical é como a volta de uma lenda do futebol aos gramados. Assim como Pelé encantou o mundo com a bola nos pés, Oasis cativou milhões com seus hinos. A cada jogo de futebol, seja em Wembley ou no Maracanã, o rock toca no fundo, na cabeça dos jogadores e dos torcedores, criando uma trilha sonora invisível que conecta o esporte e a música em uma dança harmoniosa.
Manchester, que viu o nascimento do futebol moderno e do Oasis, torna-se o palco onde esses dois universos se cruzam. Quando o Oasis entra no palco, é como se um clássico do futebol estivesse prestes a começar. A expectativa, o entusiasmo e a paixão são os mesmos. E, assim como no futebol, o retorno do Oasis é mais do que um simples reencontro; é uma celebração do que significa ser inglês, do que significa ter alma.
Oasis e futebol são, portanto, faces da mesma moeda. Ambos foram inventados na Inglaterra e conquistaram o mundo, tornando-se parte essencial da cultura global. E agora, com a volta da banda, é como se o apito inicial soasse novamente, chamando todos de volta ao campo, prontos para viver mais uma vez a euforia de uma vitória e a melancolia de uma derrota. Afinal, tanto no futebol quanto no rock and roll, o que importa é a jornada, e não o destino final.
Assim como o futebol nunca deixou de pulsar no coração dos fãs, o retorno do Oasis lembra que o verdadeiro rock and roll nunca morre. É uma história de paixão, luta e, acima de tudo, de amor. Amor por um esporte, por uma música, e pelo que eles representam na vida de todos nós. Seja nos campos de futebol ou nos palcos, essas lendas continuarão a inspirar e a unir, criando um legado que jamais será esquecido.
Robert Abel
Parabéns Robert Abel, foi um paralelo muito bem escrito entre futebol e música.