As mulheres foram as grandes protagonistas do Time Brasil nos Jogos Olímpicos Paris 2024, marcando um momento histórico para o esporte brasileiro. Pela primeira vez, elas representaram a maioria na delegação olímpica nacional e, também de forma inédita, conquistaram mais pódios do que os homens. Das 20 medalhas brasileiras em Paris, 12 foram conquistadas por mulheres, o que representa 60% do total, incluindo a participação no bronze da equipe mista de judô.
O avanço do esporte feminino no Brasil é resultado de um trabalho contínuo do Comitê Olímpico do Brasil (COB), em parceria com as Confederações Brasileiras de modalidades olímpicas, desde os Jogos Rio 2016. Um dos marcos desse esforço foi a criação da área Mulher no Esporte dentro do COB, em 2021. Nos Jogos Pan-Americanos Santiago 2023, as mulheres já haviam conquistado mais medalhas do que os homens para o Time Brasil, antecipando o sucesso olímpico.
"Há dois ciclos olímpicos, após identificarmos uma oportunidade de crescimento no esporte feminino, o COB começou a investir especificamente nas mulheres, não só atletas, mas também treinadoras e gestoras. O que vimos aqui em Paris no esporte reflete o que está acontecendo na sociedade: a mulher cada vez mais se fortalecendo", comentou Mariana Mello, subchefe da Missão Paris 2024 e gerente de Planejamento e Desempenho Esportivo do COB.
Entre os novos talentos que brilharam em Paris, destaca-se Bia Souza, que conquistou o ouro na categoria pesado (acima de 78kg) no judô. Pouco conhecida do grande público antes dos Jogos, a judoca de 26 anos se tornou um ícone e uma inspiração para muitas pessoas.
"A Bia merece muito. Ela é uma pessoa sensacional, além de uma atleta incrível. Estamos muito felizes com a inspiração que ela começa a causar em pessoas de todo o Brasil. Sabemos que seu exemplo vai mostrar para todos que têm o seu valor, que todos têm o seu lugar ao sol, e que todos podem alcançar seus objetivos", afirmou Mariana Mello.
Rebeca Andrade, por sua vez, consolidou-se como uma das maiores atletas do esporte olímpico brasileiro, ao deixar Paris com quatro medalhas (um ouro, duas pratas e um bronze), elevando seu total para seis em sua carreira. Com isso, Rebeca se tornou a maior medalhista do Brasil em Jogos Olímpicos, entre homens e mulheres.
"A Rebeca é fenomenal. Sempre apostamos muito neste excelente desempenho dela. Ela já vinha com consistência de resultados. Rebeca é uma grande inspiração, não só como atleta, mas pelo cuidado que ela tem com todos. Como estudante de Psicologia, a preparação mental é muito presente na vida dela, o que a ajuda a ser uma inspiração ainda maior para as outras pessoas. E ela ainda tem muito a entregar pelo Brasil, não apenas em termos de resultados, mas como exemplo", disse a subchefe da Missão Paris 2024 do COB.
Além das medalhas, outros momentos de superação e garra marcaram a participação das atletas brasileiras em Paris. Ana Sátila, da canoagem, e Ana Marcela Cunha, das águas abertas, não conquistaram medalhas, mas seus desempenhos exemplares e a luta incansável em suas respectivas provas também foram celebrados.
"Ana Sátila e Ana Marcela são duas gigantes que lutaram muito. Temos que valorizar o processo. A Sátila já vem batendo na trave há muito tempo e entregou tudo o que poderia entregar. Ana Marcela, com seu ciclo difícil, pessoal e profissional, deixou tudo de si no Rio Sena. Elas representam a resiliência e a força das mulheres brasileiras", concluiu Mariana Mello.
Com o protagonismo feminino, o Time Brasil encerra os Jogos Olímpicos Paris 2024 com a segunda melhor campanha da história, consolidando a evolução do esporte feminino nacional e abrindo caminho para futuras conquistas. O legado das atletas brasileiras em Paris promete inspirar uma nova geração de mulheres no esporte e na sociedade.
Studio Mix Esportes