Chegamos a um ponto em que, em outros tempos, uma eliminação como essa resultaria em uma noite mal dormida. Mas, hoje, já nem isso acontece. O problema é que de onde mais se espera alguma coisa, é justamente de onde nada sai. Renato Portaluppi, "treinador" do Grêmio, está transformando a torcida em três tipos de gremistas: os "indiferentes", que são os mais críticos, os "passadores de pano", que ainda acreditam cegamente no Renato, e os "conformados", que tentam relativizar suas decisões absurdas. Eu me coloco no primeiro grupo, os indiferentes, porque já não tenho mais paciência para tanta teimosia.
Esse esquema de três zagueiros que Renato insiste em usar é um verdadeiro monstrengo. Foi criado para sustentar duas escolhas erradas: a escalação do zagueiro Rodrigo Ely, que mais parece um lenhador de tão desajeitado, e a manutenção de Reinaldo, que deixa a defesa aberta como uma freeway. A limitação intelectual de termos que nos proteger dessa maneira é gritante. Estamos como que sob um cobertor curto: protege-se um lado e expõe-se outro. E nessa situação, os atacantes ficam sobrecarregados, precisando usar sua qualidade individual para superar os sistemas defensivos adversários, sem qualquer apoio do meio-campo. Eventualmente, podem até conseguir em uma jogada isolada, mas isso não é futebol coletivo.
O Grêmio hoje apela para a ligação direta, jogando bolas longas e sem qualquer transição ofensiva ou defensiva eficiente. É um time que parece perdido, sem um plano claro, dependendo exclusivamente de lampejos individuais. E ainda tem quem diga que o sistema de três zagueiros, quando desmontado, deixou o Grêmio exposto. Ora, por favor, jogamos contra um Corinthians misto, um time que não estava completo e ainda assim nos dominou em vários momentos. Renato está prejudicando o clube e punindo o time desse jeito.
Suas substituições, geralmente equivocadas, são fruto de uma leitura de jogo desastrosa. É incrível como ele insiste em tomar decisões que qualquer torcedor percebe que não vão funcionar. Não é à toa que ele vem sendo constantemente superado pelos técnicos adversários. Renato tem levado nó tático da grande maioria dos treinadores com quem se depara. E o que ele faz? Nada. Continua insistindo que faria tudo de novo. Diante dessa teimosia, só nos resta orar.
Renato está lesando o clube não só financeiramente, jogando pela janela 4,5 milhões de premiação, mas também emocionalmente, deixando o torcedor desacreditado. Se fosse outro técnico, inclusive o laureado Felipão, já estaria na rua há muito tempo. Mas com Renato, parece que existe uma blindagem inexplicável.
Então, a verdade é essa. Não afetou meu sono. E nem deve mais afetar o seu. Porque, com esse treinador, o Grêmio está fadado a continuar cometendo os mesmos erros, jogo após jogo.
Era isso e ponto.
Paulo Vantuil Xavier Chagas