Tatiana Weston-Webb já vinha liderando o crescimento do surfe feminino brasileiro e, neste sábado, dia 3, nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, escreveu o capítulo mais importante dessa história. Com uma performance brilhante, a brasileira conquistou a medalha de prata, a primeira medalha olímpica de uma surfista brasileira na modalidade, em uma competição acirrada contra a americana Caroline Marks, decidida na última onda.
Trajetória e Preparação
Essa conquista é fruto de um trabalho de médio prazo que envolveu o Comitê Olímpico do Brasil (COB) e a Confederação Brasileira de Surf (CBSurf). Desde que o surfe entrou no Programa Olímpico, essas entidades identificaram uma oportunidade de resultados e, em 2018, elaboraram um projeto específico para desenvolver o surfe feminino, capitaneado por Tatiana Weston-Webb e pela promessa Tainá Kinckel.
"Esta estrutura oferecida mudou, literalmente, minha vida inteira. Eu nunca tive uma preparação tão forte na minha carreira, especialmente este ano, antes dos Jogos Olímpicos. E o lado psicológico também. Estou me sentindo super forte mentalmente. Uma atleta de alto nível precisa dessas coisas para sobreviver, e eu estou sentindo que estou no topo da minha carreira agora", destacou Tatiana.
Desempenho na Competição
Tatiana chegou a Teahupo'o, no Taiti, como uma das favoritas ao título e comprovou seu talento ao longo da competição. Na final, foi superada por Caroline Marks, mas a prata conquistada é um resultado histórico para o surfe feminino brasileiro. "Eu queria muito estar aqui. Era meu objetivo vindo para cá. Claro que eu queria estar na final, mas tivemos uma outra oportunidade de ir para cima do bronze e não quis deixar escapar. A prata é muito boa, é um resultado incrível", comemorou a surfista.
Parceria e Suporte
Os Jogos Olímpicos de 2024 também marcaram a retomada da parceria vencedora entre Tatiana e seu técnico Ross Williams. O apoio do COB e da CBSurf foi fundamental na preparação da atleta, incluindo avaliações no Laboratório Olímpico do COB, apoio para viagens e treinamentos internacionais, além da identificação de necessidades específicas. "Sem o apoio do Comitê Olímpico do Brasil e da CBSurf, não teríamos chegado perto deste lugar, no topo do mundo. Tem muitas pessoas no COB que eu considero agora como família, então, eles agora fazem parte da história da minha carreira", afirmou Tatiana.
Impacto e Legado
A conquista de Tatiana é um marco para o surfe feminino do Brasil. Depois de ficar na sétima colocação nos Jogos Olímpicos de Tóquio, ela se manteve na elite do surfe, sempre brigando no topo do ranking. Em 2024, mesmo sem vencer etapas do Circuito Mundial, alcançou um feito histórico ao tirar a primeira nota 10 na mítica onda de Teahupo'o, em maio.
Tatiana Weston-Webb nasceu em Porto Alegre (RS), mas foi criada no Havaí. Filha de mãe brasileira e pai americano, começou a surfar aos oito anos, influenciada pelo irmão mais velho. Em 2018, decidiu representar o Brasil nas competições internacionais, visando os Jogos Olímpicos. Hoje, aos 28 anos, ela celebra essa decisão, e toda a torcida verde e amarela comemora junto a medalha olímpica para o Brasil.
Conclusão
A medalha de prata conquistada por Tatiana Weston-Webb nos Jogos Olímpicos de Paris 2024 é um testemunho de sua dedicação e talento, e um momento marcante para o surfe feminino brasileiro. "Estou feliz de ter levado uma medalha para o Brasil. Fico feliz de deixar a galera orgulhosa. Sei que minha mãe está em casa, o Charlão chorou aqui. Sei o quanto isso significa e estou feliz com a minha performance. Dei o meu melhor", celebrou a surfista.
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