Gabriel Medina, tricampeão mundial de surfe, fez história neste sábado, dia 3, ao conquistar a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. A conquista veio na lendária onda de Teahupo'o, no Taiti, consagrando o brasileiro como uma das grandes lendas do esporte nacional.

O Caminho para o Pódio

A jornada de Medina até o pódio olímpico foi marcada por momentos de decepção, persistência e superação. O brasileiro foi o último dos 24 atletas a se classificar para os Jogos Olímpicos, mas, uma vez garantida a vaga, preparou-se integralmente para alcançar seu principal objetivo: a medalha olímpica. Em março, durante o ISA Games em Porto Rico, Medina descreveu sua determinação: "Eu sou um homem em uma missão".

Nas quartas de final, Medina enfrentou o japonês Kanoa Igarashi, em uma revanche dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. Em uma bateria épica, Medina pegou tubos perfeitos, eternizados em uma foto que viralizou e o fez ganhar mais de um milhão de seguidores nas redes sociais. Na semifinal, o brasileiro foi superado pelo australiano Jack Robinson, que havia vencido Medina na final da Liga Mundial de Surfe em 2023, também em Teahupo'o, tirando a chance de uma vaga olímpica naquela ocasião.

A Conquista do Bronze

Na disputa pelo bronze, Medina enfrentou o peruano Alonso Correa. Com uma performance sólida e determinada, o brasileiro garantiu a medalha que faltava em sua vitoriosa carreira. "Os Jogos Olímpicos são o maior palco de esporte que podemos ter no mundo. E agora eu sou medalhista. É muito difícil. Eu sei o quanto trabalhei", disse Medina emocionado.

Os Jogos Olímpicos de 2024 também marcaram a retomada da parceria entre Gabriel e seu padrasto Charles, que foi seu treinador ao longo de grande parte da carreira e contribuiu significativamente para o sucesso e os títulos de Medina. "Meu padrasto aqui me ajudou bastante e estou muito orgulhoso. Como eu falei, esse meio ano eu só pensava nisso. Agora, finalmente, conseguimos a medalha, posso ir para casa sabendo que minha família está orgulhosa de mim", celebrou o surfista.

Retrospecto e Motivação

Após deixar Tóquio 2020 sem medalha, em uma derrota contestada na semifinal para Kanoa Igarashi, Medina ganhou motivação redobrada para representar o Brasil novamente no maior evento do mundo. Teahupo'o, sua onda favorita, foi o palco perfeito para a redenção. De 2014 a 2024, Medina avançou às semifinais em todas as edições do campeonato, chegando à decisão em seis ocasiões e conquistando o título duas vezes.

Conclusão

A conquista da medalha de bronze em Paris 2024 consagra Gabriel Medina como uma das maiores lendas do surfe brasileiro e mundial. "Eu queria muito estar aqui. Era meu objetivo vindo para cá. Claro que eu queria estar na final, mas tivemos uma outra oportunidade de ir para cima do bronze e não quis deixar escapar", explicou Medina. "Essa medalha tem que ir para casa. Fico feliz de ter conquistado, veio mais onda, tive mais oportunidade e graças a Deus conseguimos conquistar o bronze".

Com a medalha no peito e um legado inquestionável, Medina encerra sua participação nos Jogos Olímpicos de Paris 2024 como um dos maiores ícones do esporte brasileiro, inspirando futuras gerações a perseguirem seus sonhos com a mesma paixão e determinação.