Em sua "última dança", Rebeca Andrade encantou a Arena Bercy e garantiu um espetacular ouro no solo nos Jogos Olímpicos Paris 2024. A ginasta brasileira superou Simone Biles com uma nota de 14.166, consolidando-se como a maior medalhista olímpica do Brasil, com um total de seis medalhas. Este foi o primeiro ouro de uma mulher brasileira no solo olímpico, superando o recorde anterior de Rebeca em Tóquio 2020 e Daiane dos Santos em 2004, que haviam conseguido um quinto lugar.
Rebeca se despede de Paris com quatro medalhas: ouro no solo, prata no individual geral e no salto, e bronze por equipes. Na final da trave, também disputada nesta segunda-feira (5), ela ficou em quarto lugar. Em Tóquio 2020, ela já havia conquistado ouro no salto e prata no individual geral.
Rebeca Brilha na Execução para Conquistar Ouro Inédito
Rebeca simplificou ligeiramente sua série em relação à classificatória, omitindo o Sem Mãos Tsukahara na primeira passada. Mantendo os demais elementos, sua execução encantou a Arena Bercy pela precisão e graciosidade ao som de Beyoncé e Anitta. A nota de 14.166 superou os 13.900 da classificatória, colocando-a temporariamente na liderança. A comissão técnica brasileira solicitou uma revisão na nota de dificuldade, mas o pedido foi negado.
A expectativa cresceu conforme suas adversárias se apresentavam. Simone Biles, com uma apresentação de altíssimo grau de dificuldade, cometeu duas falhas importantes ao pisar fora do tablado, gerando um desconto de 0.6 e resultando em uma nota de 14.133, atrás de Rebeca, garantindo pelo menos o bronze para a brasileira.
As últimas a se apresentar foram a romena Sabrina Maneca-Voinea e a americana Jordan Chiles, mas nenhuma conseguiu superar Rebeca. No aparelho que consagrou Daiane dos Santos em Mundiais e marcou a redenção olímpica de Diego Hypolito, finalmente o Brasil reinou no palco olímpico, com Rebeca Andrade coroando esse momento histórico no topo do pódio.
Rebeca Fica em Quarto na Trave
A final da trave, disputada antes do solo, foi marcada por muitos desequilíbrios e quedas de seis das oito finalistas. A favorita, a chinesa Yaqin Zhou, manteve-se na liderança durante grande parte da competição, apesar de uma nota muito abaixo da feita na classificatória (14.100).
Julia Soares, estreante olímpica, apresentou-se no primeiro grupo e, apesar de um desequilíbrio, recebeu nota 12.333, terminando na sétima posição. "Para mim, foi incrível competir com as melhores do mundo. Eu errei, só levantei a cabeça e terminei a série. Claro que queria ter acertado, mas erros acontecem e está tudo bem. É minha primeira Olimpíada e estar numa final já é extremamente gratificante. Quero voltar, me preparar mais e ficar pronta para Los Angeles", disse Julia.
A italiana Alice D’Amato foi a primeira a fazer uma apresentação limpa, obtendo 14.366 e garantindo uma posição confortável. Ela terminaria com o ouro, seguida por Yaqin Zhou, com a prata, e pela também italiana Manila Esposito, com o bronze.
Penúltima a se apresentar, Simone Biles fez uma apresentação impecável até cair, chocando o público. Sua nota de 13.100 a deixou fora do pódio. A expectativa então recaiu sobre Rebeca, a última a executar a série. Apesar de pequenos desequilíbrios, os árbitros descontaram 0.4 da nota de partida devido à falta de alguns elementos de ligação, resultando em uma nota final de 13.933 e a quarta colocação para Rebeca.
Rebeca Andrade encerra sua participação em Paris 2024 como a maior medalhista olímpica do Brasil, uma verdadeira lenda da ginástica, que seguirá inspirando futuras gerações.
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