Em uma partida que cravou o set mais longo do vôlei feminino nos Jogos Olímpicos Paris 2024, o Brasil venceu a Polônia e avançou para as quartas de final com aproveitamento máximo. Neste domingo (04), a seleção superou as polonesas por 3 sets a 0 (parciais de 25/21, 38/36, 25/14) na Arena Paris Sul, garantindo a liderança do Grupo B e se preparando para enfrentar a República Dominicana nas quartas de final.

A seleção feminina se impôs desde o início da partida, mas enfrentou dificuldades, especialmente no segundo set, quando teve cinco match points e deixou as polonesas empatarem. No entanto, o time brasileiro controlou os nervos e fechou a parcial em 38 a 36, estabelecendo o set mais longo da competição até agora.

As duas equipes já estavam classificadas para as quartas de final, mas disputavam a primeira colocação do Grupo B. Além disso, as brasileiras tinham um desejo de revanche, pois perderam a decisão da medalha de bronze para as polonesas na Liga das Nações deste ano. A partida ganhou cara de “final” e serviu como uma prévia do que virá pela frente na fase eliminatória dos Jogos Olímpicos.

O Brasil entrou em quadra com Roberta, Rosamaria, Thaísa, Carol, Gabi, Ana Cristina e Nyeme (líbero). A novidade na escalação do técnico José Roberto Guimarães foi a inclusão de Natinha no elenco, substituindo Lorenne, que se recupera de uma lesão na panturrilha direita.

“Não se leva a nada da primeira fase. Agora zerou. Eu tenho duas experiências olímpicas: uma em que perdemos nas quartas de final e outra em que passamos contra a Rússia em um jogo dificílimo. Independente do que aconteceu na fase de classificação, pezinho no chão, começou tudo do zero, focando agora na República Dominicana. Temos apenas um dia para nos preparar”, disse Gabi, capitã da seleção.

O Jogo

O confronto deste domingo começou com ambas as equipes apresentando um volume de jogo intenso desde os primeiros pontos. Com boas defesas de ambos os lados, o placar ficou apertado até meados da parcial, quando Ana Cristina foi para o saque e emendou uma sequência forte. As brasileiras colocaram em prática a eficiência no sistema bloqueio-defesa, aproveitando os contra-ataques e conseguindo uma vantagem de quatro pontos (17 a 13). Após uma reação do time polonês, Zé Roberto acionou Natinha para melhorar o passe e fez a inversão no 5 e 1 com Macris e Tainara. A seleção segurou a vantagem e fechou o set em 25 a 21.

No segundo set, o Brasil voltou ainda mais agressivo no saque para pressionar a linha de passe polonesa. Roberta distribuía bem as jogadas, acionando praticamente todas as jogadoras ofensivas na virada de bola. Com isso, a seleção conseguiu se distanciar pouco a pouco no placar. As polonesas encostaram (12 a 11), e Zé Roberto pediu tempo para as brasileiras se reorganizarem e retomarem o domínio do jogo. O time ampliou a vantagem, chegou a ter cinco match points, mas a Polônia empatou (24 a 24). As duas equipes se alternaram no marcador e tiveram oportunidades de set points até que o Brasil controlou os nervos, foi mais efetivo e fechou a incrível parcial em 38 a 36 em um ataque de Gabi.

Após o susto no set anterior, as brasileiras voltaram ainda mais atentas e logo impuseram novamente seu ritmo de jogo, abrindo 6 a 2 no marcador. Dessa vez, a seleção não deu brechas para as adversárias, acumulando pontos de contra-ataques e bloqueios, especialmente com Carol, e abriram a maior diferença entre as equipes na partida: 9 pontos (19 a 10). O Brasil acelerou e fechou o último set em 25 a 14, sacramentando a vitória em 3 sets a 0.

“‘Bora’ descansar, ‘bora’ trabalhar, estudar o máximo possível, respeito total com a República Dominicana. Elas vão vir sem responsabilidade, vão vir com tudo, é um time que gosta do jogo”, afirmou Gabi. “Não tem favorito agora. Esse top 8, agora, tudo pode acontecer. Então, cabeça no lugar, como disse, descansar e preparar bem.”

Conclusão

Com a vitória sobre a Polônia, o Brasil garantiu a liderança do Grupo B e se prepara para um confronto decisivo contra a República Dominicana nas quartas de final dos Jogos Olímpicos Paris 2024. A seleção mostrou resiliência e capacidade de superar adversidades, demonstrando que está pronta para os desafios da fase eliminatória.