Na noite de ontem, tive a difícil tarefa de narrar a partida entre Internacional e Rosário Central pela Sul-Americana. Uma tarefa que, como torcedor e profissional, me fez refletir profundamente sobre a atual situação do nosso Colorado. É com indignação e tristeza que venho a público compartilhar meus sentimentos sobre o estado lamentável em que se encontra o Internacional.
Após a queda de Eduardo Coudet, era esperado que a equipe mostrasse alguma reação, alguma fagulha de esperança. No entanto, os resultados negativos contra o Juventude pela Copa do Brasil e a ausência de um técnico efetivo para o primeiro jogo dos playoffs da Sul-Americana só aprofundaram a crise. Ontem, ao ver o Inter em campo, a constatação foi dolorosa: o time, como uma equipe coesa e organizada, simplesmente faliu.
Os laterais, que deveriam dar apoio ao ataque, ficaram presos, e mesmo assim, deixaram suas costas vulneráveis. Os zagueiros, que tinham a responsabilidade de garantir a segurança defensiva, pareciam apáticos, incapazes de disputar bolas aéreas com a energia necessária. Os volantes, que deveriam ser a linha de frente da proteção defensiva, mostraram uma falta de combatividade que irrita qualquer torcedor. E o que dizer do nosso camisa 10? Desinteressado, parecia mais preocupado com o churrasco e a cerveja pós-jogo do que com a responsabilidade de conduzir o time em campo.
O Inter foi comandado ontem por um profissional que, neste ano, ocupa a lanterna do Brasileirão Sub-20. Parece uma piada de mau gosto, mas é a realidade. As trocas demoraram a acontecer e, quando ocorreram, foram feitas com um semblante de quem não tinha a mínima ideia do que estava fazendo. Mesmo assim, em meio ao caos, ainda houve um lampejo de esperança: os 'Guris', perdidos em campo, quase viram Bruno Henrique empatar o jogo, apesar da fraqueza evidente do Rosário Central.
Entretanto, foi pouco, muito pouco para um elenco que, no papel, deveria render muito mais. A chegada de Roger deixa uma pequena esperança para o jogo de volta, mas a verdade é que o Internacional precisa urgentemente se encontrar, tanto dentro quanto fora de campo.
Como um torcedor calmo e tranquilo, é raro ver-me assim, tomado por uma mistura de indignação e tristeza. Esperei para me manifestar publicamente para garantir que minhas palavras fossem ponderadas e justas. Hoje, com a visão profissional que a narração do jogo me proporcionou, só posso concluir que o Inter, em sua forma atual, é uma sombra do que um dia foi. Precisamos de mudanças, de atitude, de vontade. O Colorado precisa renascer das cinzas e mostrar a força que o torcedor tanto deseja ver.