Uma recente reportagem destacou a importância de analisar os critérios de contabilização dos sócios-torcedores nos clubes brasileiros, uma vez que variam conforme os estatutos de cada clube. Palmeiras e Grêmio, por exemplo, excluem da base os sócios que completam três meses de inadimplência, enquanto o Internacional considera inativos apenas os sócios com mais de 12 meses de inadimplência.
O especialista em finanças do futebol, Rodrigo Capelo, apontou três indicadores essenciais sob a ótica financeira: quantidade de sócios, ticket médio e taxa de inadimplência. Segundo ele, é crucial que um clube tenha sócios com mensalidades em dia e um ticket médio elevado para gerar receita significativa.
Palmeiras: Líder em sócios-torcedores e ticket médio
O Palmeiras se destaca com uma quantidade significativa de sócios-torcedores, um ticket médio relevante e uma baixa taxa de inadimplência. Everaldo Coelho, diretor de marketing do clube, enfatiza que o programa Avanti é uma das principais fontes de receita, revertida diretamente para o futebol.
"Quanto mais sócios-torcedores tivermos, mais fortes seremos dentro de campo. Ter mais de 180 mil adeptos do Avanti é muito representativo para o atual momento do Palmeiras", afirmou Coelho.
Uma ação estratégica que impulsionou o crescimento do Avanti foi a criação do Palmeiras Pay, que oferece um período de degustação do programa. Desde seu lançamento, o Palmeiras ganhou quase 100 mil sócios-torcedores ativos, em dia com suas mensalidades.
Grêmio e Internacional: Destaques do Sul
A dupla Gre-Nal, Grêmio e Internacional, também se destaca. O Grêmio aumentou sua base em 8% desde a última pesquisa em março, superando 120 mil sócios. Já o Internacional, apesar de enfrentar uma inadimplência de quase 30%, tem 103.704 sócios em dia de um total de 143.124 cadastrados.
Rodrigo Capelo destacou a importância desses números: "Grêmio e Internacional são referências em termos de associação. Eles geram muito mais dinheiro, revertido em folha salarial, contratação de atletas e investimento na base."
Victor Grunberg, vice-presidente do Internacional, destacou a manutenção dos números de sócios mesmo durante um período sem jogos no Beira-Rio. "O Internacional sempre foi referência em sócio-torcedor. Apesar da queda na quantidade de sócios adimplentes, aumentamos a base total de sócios cadastrados neste ano."
Crescimento em Minas Gerais e destaque para Atlético-GO
O Atlético-MG viu seu programa Galo na Veia crescer 17% em relação ao último levantamento, superando 90 mil sócios ativos. O Cruzeiro, rival do Galo, teve um crescimento expressivo de 36%, passando de 42.767 para 58.221 sócios no Sócio Cinco Estrelas.
O maior crescimento foi registrado pelo Atlético-GO, que saltou de cerca de dois mil sócios ativos para 7.294 - um aumento de 265%.
A importância da personalização dos programas de sócio-torcedor
Reginaldo Diniz, sócio-fundador da End to End, agência responsável pela gestão dos sócios de Palmeiras, Grêmio e Atlético-MG, enfatizou que não há uma receita de bolo para programas de sócio-torcedor. "Cada torcida tem um perfil específico. Os clubes que entendem isso bem conseguem se sobressair. O monitoramento constante do comportamento do torcedor é essencial para evitar queda nas adesões."
Conclusão
A gestão eficaz dos programas de sócio-torcedor é fundamental para a saúde financeira dos clubes. Palmeiras, Grêmio e Internacional são exemplos de sucesso, enquanto clubes como Atlético-GO mostram que é possível crescer rapidamente com estratégias acertadas. A personalização e o entendimento do perfil do torcedor são cruciais para manter e aumentar a base de sócios adimplentes, garantindo receitas fundamentais para o desenvolvimento dos clubes dentro e fora de campo.
Studio Mix Esportes