O Internacional teve a chance de ouro de vencer um dos melhores times do Brasileirão, mas a dificuldade para converter as oportunidades criadas custou caro. A derrota por 2 a 1 para o Atlético-MG, com um gol nos acréscimos, freou a possibilidade de entrada no G-6 e de alcançar o líder Flamengo, com duas partidas atrasadas. A falta de efetividade do Inter acarreta punição no fim e impede a ascensão no campeonato.
Dentro de tudo que pode ser discutido sobre a noite de ontem, o que mais chama atenção é a falta de pragmatismo por parte do Internacional. Em jogos anteriores, após fazer o seu gol, o clube se fechava e aguardava o final do jogo sem muitos sustos. No entanto, contra o Vitória e agora contra o Atlético, o Colorado jogou melhor e acreditou que poderia vencer o jogo. Foi essa confiança que trouxe as derrotas, ao deixar a equipe exposta. Às vezes, pensar pequeno pode ser a solução, e para o Inter, isso tem funcionado. Apesar da derrota, não podemos acusar o time de falta de vontade, inspiração e criação; faltou apenas converter as chances criadas.
O técnico Eduardo Coudet voltou a surpreender com as suas escolhas de escalação e sistemas táticos. Retornou ao 4-1-3-2, mas sem um centroavante de ofício. Wesley jogou mais adiantado e incomodou a defesa do Galo enquanto esteve em campo. Foi ele, inclusive, quem sofreu o pênalti que Alan Patrick converteu no rebote aos 21 do segundo tempo.
Os problemas de efetividade do Inter voltaram a aparecer. Se ostenta a melhor defesa da competição com apenas sete gols sofridos, o Inter tem o segundo pior ataque, com nove gols feitos, empatado com o Corinthians, e à frente apenas do Grêmio, que fez sete. O desperdício de oportunidades foi notável com os chutes de Alan Patrick e Bruno Henrique parando em Matheus Mendes.
Ainda assim, o Inter mostrou qualidade e criou de diferentes formas. O empate já ajudaria a manter o topo na mira pelos jogos a menos. No fim, o Galo, que pouco conseguia incomodar, viu Paulinho e Hulk subirem de produção. Nos acréscimos, o brilhantismo de Hulk apareceu e machucou o Colorado. Aos 52 minutos, Rômulo surgiu livre e deu um peixinho para estufar as redes.
O discurso indicava a decepção. O técnico gostou da produção e acredita que o time segue em evolução, destacando que foi uma das melhores atuações após o retorno da parada devido às enchentes no Rio Grande do Sul.
O Internacional mostra que tem credenciais para lutar pelas posições de destaque, mas precisa ser letal quando constrói as oportunidades. Erros como os diante do Galo dificultam a entrada nas posições nobres. O time está em oitavo com 17 pontos, dois atrás do Athlético, seis do Palmeiras, que fecha o G-4, e sete do líder Flamengo. Até mesmo o empate daria a possibilidade hipotética de alcançar o líder em caso de vitória nos jogos atrasados. A recuperação é fundamental no fim de semana, quando enfrenta o Criciúma no domingo, às 18h30, no Heriberto Hülse.
O Internacional precisa aprender a equilibrar a ousadia com a eficiência para transformar o potencial em resultados concretos. A estrada para o topo ainda está aberta, mas exige precisão nas próximas jogadas.
Robert Abel